CONTRASTES RADIOLÓGICOS
São substâncias radiopacas ou radiotransparentes utilizadas no estudo radiológicos de algumas estruturas anatômicas.
SULFATO DE BÁRIO
O sulfato de bário conhecido como (BaS04), conhecido como bário, é um sal insolúvel que, misturado á agua é utilizado como meio de contraste radiológico radiopaco. È inerte, ou seja, não é absorvido pelo organismo, sendo eliminado in natura .
DILUIÇÃO DO SULFATO DE
BÁRIO
Para ser utilizado como meio
de contraste radiológico o sulfato de bário deve ser misturado á agua, formando
uma solução coloidal, ou seja, ele não se dissolve, ficando em suspensão na
água. Para ser uma solução coloidal, o sulfato de bário tende a se precipitar
com a solução em repouso, por isso sempre antes da sua utilização a solução
deve ser agitada vigorosamente. A diluição do sulfato de bário (mais ou menos
concentrado) é determinada em função do exame radiográfico a ser realizado. No
mercado pode ser encontrado o sulfato de bário diluído (suspensão baritada) em
diversas concentrações cada qual para uma determinada região a ser examinada.
Pode também ser encontrado o sulfato de bário em pó para diluição em água.
INDICAÇÕES E CONTRA
INDICAÇÕES
O sulfato de bário (BaS04)
é indicado como meio e contraste radiopaco nos estudos radiológicos do tubo
digestivo (deglutição, esôfago, estômago, duodeno, intestino delgado e
intestino grosso) Pode também ser usado para marcar alguma estrutura na pele,
com o objetivo de esclarecer dúvidas, como por exemplo, a papila mamária
(mamilo) na radiografia de tórax em póstero-anterior(PA).A hipersensibilidade (reação alérgica) ao sulfato de bário(BaS04) é muito rara.
O contraste baritado não deve ser usado quando houver possibilidade de atingir a cavidade peritoneal ou mediastinal, ou seja, em pós-operatório imediato de alguma cirurgia do tubo digestivo, suspeita de alguma perfuração intestinal ou esofagiana ou algum caso em que o paciente deva ser operado logo após a realização do estudo radiológico. Nesses casos é usado contraste iodado hidrossolúvel.
CUIDADOS
AR
O ar (ambiente) ou dióxido de
carbono (CO2) é usado como meio de contraste radiológico
radiotransparente. È comumente utilizado em associação ao sulfato de bário nos
exames do tubo digestivo, na técnica do duplo contraste (bário-ar). O ar aqui
utilizado pode ser obtido através da deglutição junto com a suspensão de
sulfato de bário, ou através da ingestão de cristais produtores de gás (dióxido
de carbono - (CO2), como o citrato de cálcio e o citrato de
magnésio)
IODADOS
CONTRASTE IODADOS
HIDROSSULÚVEIS
COMPOSIÇÃO
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Fig. 18.1a -Esquema de um monômero Triiodado- I=átomo de
iodo; R1=radical orgânico; R2=radical orgânico
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Fig. 18.1b -Esquema de um dímero hexaiodado Triiodado-
I=átomo de iodo; R1=radical orgânico; R2=radical
orgânico; R3= radical orgânico
OSMOLALIDADE
CONTRASTE IODADO IÔNICO
A substituição do grupo ácido
(H+ ) da molécula, por um cátion ( sódio [ Na+ ] ou
meglumina), origina o contraste iodado do tipo iônico monomérico triiodado ou
dimérico hexaiodado (fig.18.2a e 18.2b). O contraste iodado do tipo iônico
possui alta osmolalidade e quando em solução dissocia-se em duas partículas: um
ânion radiopaco e um cátion radiotransparente (sódio [ Na+ ] ou
meglumina)
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Fig.18.2a - Fórmula de um contraste iônico monomérico
triiodado
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Fig.18.2b - Fórmula de um contraste iônico dímerico
hexaiodado
CONTRASTE IODADO NÃO
IÔNICO
A subsitituição do grupo
ácido (H+ ) da molécula, por amida ou glicose, origina o contraste
iodado do tipo não iônico monomérico triiodado ou dimerico hexaiodado- Fig.
18.3a e 18.3b
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Fig 18.3a - Fórmula de um contraste não iônico monomérico
triiodado
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Fig 18.3b - Fórmula de um contraste
não iônico dimérico hexaiodado
O contraste iodado de tipo
não iônico possui baixa osmolalidade e quando em solução não se dissocia. È
mais bem tolerado pelo organismo humano.
INDICAÇÕES E CONTRA -
INDICAÇÕES
REAÇÕES ADVERSAS AO MEIO
DE CONTRASTE
SINAIS E SINTOMAS
IMPORTANTES
- EDEMA NAS PÁLPEBRAS é referido pelo paciente como"olho inchado" ou "não consegue abrir o olho" ;
- EDEMA FACIAL pode ser observado através de uma vermelhidão e edema parcial ou de toda a face. È referido pelo paciente como "sensação de lábio inchado" e/ou "sensação de orelha grande";
-TOSSE E PIGARO pode ser em função de edema da glote;
-ROUQUIDÃO pode ser observada conversando com o paciente, sendo percebida através da mudança do timbre da voz. Pode ser em função de edema da glote;
-DISPNÉIA referida pelo paciente como "falta de ar", ocorre em função de edema da glote ou de broncoespasmo.
O operador deve ficar atento aos sinais e sintomas relacionados ás reações adversas ao meio de contraste, que podem ocorrer no paciente. Na constatação de qualquer um deles deverá comunicar imediatamente ao médico radiologista. Com o objetivo de evitar algum sugestionamento por parte do paciente, ou seja, o desenvolvimento de algum sinal e / ou sintoma por sugestão e não por reação orgânica , o operador deve evitar comentá-los com o paciente . Em paciente atópico (alérgico) ou com reação adversa prévia ao meio de contraste ,quer seja por exame anterior e com a utilização de contraste iodado ou pela ingestão de substância ou alimentos que contenham o elemento iodo (I) na sua composição, a indicação do exame radiográfico com a utilização de contraste iodado deve ser criteriosamente revista.
MATERIAL COMPLEMENTAR
REAÇÕES ANAFILACTÓIDE
As
reações ao contraste são idênticas a reações anafiláticas a drogas ou a
alérgenos, porém, como não se estabeleceu uma resposta
anticorpo-antígeno,chamamos de reação anafilactóide. O tratamento é o mesmo da
reação anafilática.
Classificação
das reações alérgicas e tratamento proposto:
LEVE-
Reação limitada e sem progressão: náusea, vômito, tosse, calor, cefaléia,
tontura, tremores, alteração do gosto, coceira, palidez, rubor, calafrios, suor,
nariz entupido, inchaço facial e nos olhos, ansiedade.
TRATAMENTO- Observar o paciente, tratamento sintomático se necessário
TRATAMENTO- Observar o paciente, tratamento sintomático se necessário
MODERADO- Maior intensidade dos sintomas dos sinais sistêmicos- Taquicardia/bradicardia, hipertensão, eritema difuso ou
generalizado, dispnéia, broncospasmo, chiado, edema laríngeo, hipotensão moderada.
TRATAMENTO- Tratamento medicamentoso conforme sintomatologia, monitorização, ver necessidade de acionar a equipe de apoio (código amarelo ou correspondente).
GRAVE RISCO DE VIDA- Edema laríngeo (acentuado ou rapidamente progressivo), arresponsividade, parada cardiorrespiratória, convulsões, hipotensão acentuada, arritimias com manifestação clínica.
TRATAMENTO- Tratamento agressivo, equipe de apoio (código amarelo ou código azul no caso de parada cardirrespiratória),hospitalização.
USO DE PRÉ- MEDICAÇÃO
O uso de medicamentos prévia pode reduzir a chance de reação alérgica ao contraste. Entretanto, nenhum esquema foi capaz de prevenir completamente a sua recorrência. Além disso, nenhum estudo demonstrou redução de risco para pacientes que apresentaram reação alérgica grave, possivelmente devido à raridade desta manifestação, o que dificulta a sua comprovação científica. Em nosso serviço, reserva-se o uso da pré-medicação aos pacientes que apresentaram reações alérgicas leves ou moderadas e que não tenham contraindicação às drogas preconizadas. O componente mais importante do esquema é o corticóide e é necessário que seja administrado pelo menos 6 horas antes do uso do contraste para que se obtenha algum efeito. A via preferível é a oral, porém, caso seja necessário, pode-se substituir pela via venosa (200 mg IV de hidrocortisona – Solucortef)12 horas e 2 horas antes do exame. O uso do anti-histamínico (H1) reduz a incidência de angioedema, de urticária e de sintomas respiratórios. Recomenda-se o uso oral 2 horas antes do exame (padronizado cloridrato de fexofenadina - Allegra 60 mg). Se a via venosa for necessária, pode ser substituído por 50 mg difenidramina - Benadryl. O uso de anti-histamínicos H2 é controverso e não é recomendado pelo nosso serviço, pois existem relatos de aumento da incidência de reações alérgicas com o seu uso.